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A Dieta Cetogênica no Combate à Epilepsia Farmacorresistente: Uma Abordagem Nutricional Promissora

  • miriechelmann
  • 7 de mai. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 16 de mai. de 2024



A epilepsia, um distúrbio neurológico caracterizado por convulsões recorrentes, afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Apesar dos avanços na medicina, cerca de 30% dos pacientes com epilepsia não respondem adequadamente aos medicamentos antiepilépticos, configurando a epilepsia farmacorresistente. É nesse cenário que a dieta cetogênica surge como uma alternativa terapêutica promissora, oferecendo esperança para aqueles que ainda lutam contra as crises.


O que é a dieta cetogênica?

Em contraste com as dietas tradicionais ricas em carboidratos, a dieta cetogênica é extremamente rica em gorduras e pobre em carboidratos. Essa mudança metabólica força o corpo a utilizar gorduras como principal fonte de energia, ao invés da glicose derivada dos carboidratos. Esse processo metabólico, conhecido como cetose, gera subprodutos chamados corpos cetônicos, que se convertem em uma fonte de energia alternativa para o cérebro.


Eficácia contra a epilepsia farmacorresistente:

Diversos estudos comprovam a eficácia da dieta cetogênica na redução da frequência das crises epilépticas em pacientes com epilepsia farmacorresistente. Estima-se que até 70% dos pacientes que aderem à dieta experimentam uma diminuição significativa nas convulsões, ou até mesmo sua eliminação completa.


Mecanismos de ação:

Embora os mecanismos exatos pelos quais a dieta cetogênica combate a epilepsia ainda estejam em investigação, diversas hipóteses são levantadas:

  • Aumento da produção de corpos cetônicos: Os corpos cetônicos podem ter efeitos anticonvulsivantes diretos, estabilizando a atividade neuronal e reduzindo a excitabilidade cerebral.

  • Redução da neuroinflamação: A dieta cetogênica possui propriedades anti-inflamatórias, que podem contribuir para a diminuição das crises epilépticas, já que a neuroinflamação está associada à epileptogênese.

  • Melhora da função mitocondrial: As mitocôndrias são as "usinas de energia" das células, e disfunções mitocondriais estão relacionadas à epilepsia. A dieta cetogênica pode otimizar a função mitocondrial, contribuindo para o controle das crises.

  • Modulação da atividade dos neurotransmissores: A dieta cetogênica pode influenciar a atividade de neurotransmissores importantes no controle da atividade cerebral, como GABA e glutamato, contribuindo para a redução das convulsões.


Quem pode se beneficiar da dieta cetogênica?

A dieta cetogênica pode ser uma opção terapêutica válida para:

  • Crianças e adultos com epilepsia farmacorresistente: Para esses pacientes, a dieta pode ser a única alternativa para controlar as crises e melhorar a qualidade de vida.

  • Pacientes com síndromes epilépticas específicas: A dieta cetogênica pode ser particularmente eficaz em algumas síndromes epilépticas, como a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut.

  • Pacientes que não toleram ou não respondem bem aos medicamentos antiepilépticos: A dieta pode ser uma alternativa ou um complemento aos medicamentos, proporcionando melhor controle das crises e menos efeitos colaterais.


Considerações importantes:

É fundamental ressaltar que a iniciação e o acompanhamento da dieta cetogênica devem ser feitos sob rigorosa orientação médica e nutricional. A equipe médica irá avaliar se a dieta é adequada para o paciente, definirá a composição ideal da dieta e monitorará de perto os resultados e os possíveis efeitos colaterais.


Efeitos colaterais:

Embora geralmente bem tolerada, a dieta cetogênica pode apresentar alguns efeitos colaterais, como:

  • Náuseas, vômitos e constipação: Esses sintomas geralmente são transitórios e podem ser minimizados com ajustes na dieta e medicações.

  • Cálculos biliares: O risco de cálculos biliares pode ser aumentado com a dieta cetogênica, especialmente em crianças.

  • Deficiências nutricionais: É crucial o acompanhamento por um nutricionista para garantir que o paciente receba todos os nutrientes necessários, evitando deficiências.

  • Cansaço e fadiga: No início da dieta, alguns pacientes podem sentir cansaço e fadiga, que geralmente diminuem com o tempo.


Conclusão:

A dieta cetogênica se configura como uma ferramenta terapêutica valiosa no combate à epilepsia farmacorresistente, proporcionando esperança e melhora na qualidade de vida para pacientes que antes não tinham opções de tratamento eficazes.

Importante:

  • As informações aqui presentes não substituem a consulta médica individualizada.

  • Converse com seu médico sobre a possibilidade de iniciar a dieta cetogênica.

  • Busque orientação de um nutricionista especializado para um plano alimentar adequado e personalizado.


Juntos, podemos vencer a epilepsia!


 
 
 

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